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Afonso Zeca — Teresa Torga

Tenho um primo convexo
Fadado para amnistias
Em torno de ele nadam
Plantas carnvoras
Agitando como plumas
As cordas violceas
O meu primo dormita
Glu glu entre palmeiras
Suspenso numa rede
De suor e preguia
Corvos bicam-lhe os ps
Trincam-lhe os calos
Enquanto a tarde jaz
E a mo suspende
O gesto de acord-lo
E a terra treme
Mas de nada o meu primo se apercebe

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